sábado, 26 de maio de 2007

Série Perfis - Amigo

Sabe aquele menino que, na escola, sentava na segunda carteira e sempre conversava sobre o dever de matemática, a prova de física e o trabalho de biologia. Pois é. O mundo é cheio desses. Todo mundo conhece pelo menos um. Quando cresce, ele se torna...

O AMIGO DE UM ASSUNTO SÓ

Na rua ele te vê, de longe, depois de muito tempo, e, em vez do “como vai você?”, ele diz:

- Guilherme, quanto tempo!... tá trabalhando onde?

- Ahn... ah, tô só fazendo uns bicos mesmo. E, você, como é que tá?

- Auxiliar de produção! Mas o supervisor disse que logo, logo eu já viro grau dois...

- E a Lucinha, faz tempo que não vejo... casou?

- A Lucinha tá bem, tá trabalhando no banco. Gerente. Passou no concurso. Você não ia fazer também aquele concurso?

- Pois é, não deu... Rapaz, olha só!... parece de revista aquela moreninha...

- Ah, é a Maria Amélia. Atendente ali na padaria do Agenor. Dizem que é ruim de serviço... Mas falando do concurso, fiquei sabendo que vai ter outro. Parece que as inscrições já abriram...

- Falô... Mas o que cê tá fazendo aqui na praça numa hora dessas?

- Dia de folga. Trabalho seis, folgo um. Preferia quando era 12 por 36. Mas, pelo menos, o salário é bom. Superior ao do mercado. Fora os benefícios, claro. Mas o sindicato tá brigando por mais! Sabe como é, né? Tá chegando a data-base...

- Beleza... mas eu tenho que ir indo, Gilberto. Bom vê você de novo.

- Pra que a pressa? Não tem que bater o ponto mesmo... Sabe Guilherme, sempre que eu te vejo eu lembro daquela vez que você me passou a resposta na prova de física. Não esqueço nunca... A professora quase pegou, lembra?

- Pura adrenalina... mas eu tenho que chegar ali adiante, cara...

- Tá indo pr’aquele lado? Coincidência. Eu também. Tô indo ali visitar a Goreti. Tá desempregada coitada...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Só o Fogo da Poesia Pode Descrever

O título acima foi surrupiado da propaganda de "A Pedra do Reino", micro-série que a Globo estréia no próximo dia 12/jun. Parece que, uma vez a cada dois anos, o público da TV aberta será presenteado com uma obra de arte. "A Pedra" é dirigida por Luiz Fernando Carvalho, o mesmo de "Hoje é Dia de Maria". Luiz Fernando é um diretor único - uma exceção na televisão tupiniquim. Um cara que não se deixa prender nas normas e padrões da telinha. Arquiteto e desenhista, ele não tem medo de arriscar. Os primeiros capítulos da novela global "Renascer", filmados com técnicas só utilizadas no cinema, mostraram bem as ambições do Luiz Fernando. Mas não é só uma questão de imagem, de estética. Luiz Fernando persegue histórias boas. É um excepcional contador de boas histórias. E parece ter uma queda por textos difíceis. Brigou muito para fazer "Lavoura Arcaica", de Raduan Nassar. Talvez seja o único "filme de AUTOR" tupiniquim desde os tempos do Glauber. Luiz Fernando brigou tanto, que só liberou a versão em DVD quando conseguiu lançá-lo como planejado: um DVD duplo que documenta todo o projeto. Cinema em Pindorama parece exercício para heróicos sadomasoquistas. Para os padrões do Luiz Fernando, vira um verdadeiro calvário. Por um lado isso é ruim, quem sabe quando ele vai se aventurar de novo na telona? Mas, por outro lado, isso é muito bom: Luiz Fernando tem a chance de falar com um público maior, mais heterogêneo e muito carente, os telespectadores. Por isso ganhamos "Hoje é Dia de Maria" e agora em junho ganharemos "A Pedra do Reino". Quem viu as propagandas já deve ter levado um belo susto. Poesias e repentes declamados por personagens que brilham e exageram em seus gestos e vestes. Cultura do sertão nordestino. Mais uma adaptação de uma obra de Ariano Suassuna. Só não esperem nada parecido ou engraçado como "O Auto da Compadecida". A mini-série e o filme de Guel Arraes foram legais e bem populares. A proposta do Luiz Fernando é um tanto mais arriscada.
.:.
Aliás, um risco (muito bom) que parece que a Globo quer correr. "A Pedra do Reino" faz parte do Projeto Quadrante. Outras três adaptações estão previstas: "Capitu" (baseada na obra de Machado de Assis - RJ), "Dançar Tango em Porto Alegre" (Sérgio Faraco - RS) e "Dois Irmãos" (Milton Hatoum - AM). Que dê certo. E que os futuros quadrantes contemplem Guimarães Rosa - MG, de preferência sob os cuidados de Luiz Fernando Carvalho. [Surrupiado do BlueNoir]

Série Grandes Encontros - NA PRAÇA

A Mentira nunca chega em boa hora. Não sei se o fato de ter perna curta tem alguma coisa a ver com isso, mas o que acontece é que ela nunca é bem-vinda. Está certo que vem de uma família muito complicada. Depois que o pai dela foi mandado embora, a vida deles se tornou um inferno. Dizem, na vizinhança, que muitas vezes ela até está cheia de boas intenções, mas sempre acaba arrumando confusão.

Teve uma vez, já faz um tempo, ela resolveu filantropar. Arrumou uma boa causa social e saiu pra rua, batendo de porta em porta. Mas a danada falou tanta abobrinha pra sensibilizar o povo que nem o Mais Ingênuo caiu nas conversa dela e a boa causa social, de quebra, nunca mais conseguiu um donativozinho sequer.

Taí um dos motivos daquele encontro ter sido comentado em todos os salões e barbearias da cidade. A Mentira tinha sido vista na praça, passeando acompanhada do Prof. Be Quiet, aquele que dá aulas de meditação. Aos que diziam que as pessoas nunca mudam, chegava aí uma grande surpresa.

A Mentira mudou-se para o Tibet. Prometeu abrir a boca só quando tivesse certeza. Nesse caso, seria só pra bocejar, claro, afinal de contas o nome dela estava no sangue. E até hoje o pessoal fica esperando notícias. Seria verdade a promessa dela? O professor não arriscava dizer. Estava só aproveitando a montuera de novos alunos que a Mentira havia lhe arrumado. O mundo é cheio de esquisitices...

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Não Aconteceu em Varginha

... ainda não. Por enquanto, o negócio esquisito aí só apareceu voando nos céus da Califórnia. Agora, olha que legal: é a primeira vez que fotogravam um Objeto Voador não Identificado que vem com um tipo de marca registrada. E instruções de uso? Bota reparo: Sinistro...
segunda-feira, 21 de maio de 2007

Corrupção é Crime Hediondo

Tem nada a ver com o Atchim, mas tem tudo a ver com a gente. Mais um escândalo. Mais um monte de gente 'importante' pulando direto das colunas sociais para as páginas policiais. Mais um monte de grana nossa pulando direto das obras sociais para palácios e carros colossais. É incrível como 180 milhões de pessoas são sistematicamente tratadas como palhaços - bobinhos comentando o milésimo gol numa mansidão bovina acentuada pela tradicional preguiça da segunda-feira. 180 milhões de palhaços assistindo as mesmas vagas desculpas esfarrapadas. Na fita: "Vou te dar 25% porque você tá no meu esquema - você é meu amigo" Advogado do cara flagrado na fita: "Não tem nada de corrupção nisso" Vou surrupiar a sugestão que Dalvo José Rossi, de BH, mandou para a seção de cartas da Folha de São Paulo (edição de ontem, 20/mai):
Urge que algumas das entidades da sociedade civil iniciem campanha por um projeto de lei do qual conste basicamente o seguinte:
  1. O roubo do dinheiro público é crime hediondo, inafiançável e imprescritível;
  2. O dinheiro roubado deverá ser integralmente devolvido aos cofres públicos;
  3. As penas serão definidas na Justiça criminal, pois roubo de dinheiro público significa morte em hospitais, morte a médio e longo prazos por falta de saneamento básico e de educação pública com qualidade;
  4. O condenando não terá direito à progressão ou a qualquer indulto.
Eu só colocaria mais uma coisinha na lista do Dalvo: ninguém envolvido em crime de corrupção pode ter direito a foro privilegiado. Muito pelo contrário: se o cara é juiz, advogado, deputado ou governador, as restrições devem ser ainda piores. Cela especial? Só se for em um presídio de segurança máxima. Enquanto os 180 milhões de mansos não se rebelarem (civilizadamente) contra essa zona, não adiantará nada falar de melhor educação, saúde... Se queremos reduzir impostos, o melhor começo é a erradicação do mais injusto dos impostos: a Corrupção. Se você acabou de colocar um deputado e um senador lá em Brasília, peça para ele retribuir seu voto só com isso: uma lei que interprete a corrupção como ela realmente é: um Crime Hediondo.
sexta-feira, 18 de maio de 2007

Velho

São eles. Os dois traços debaixo de cada olho meu. Foi hoje que eu os encontrei. Ela me disse que eles já estão por aqui há muito tempo. Confesso que não percebi quando chegaram. Perguntei se ela tinha alguma culpa nisso. Acha que não.

Pensei em acusar então a gaveta que insiste em acumular tantas correspondências. Gavetas sempre são um problema. Quando não tentam guardar o passado, acumulam um futuro de preocupações. Sem contar as tantas muitas idéias que teimam e ficar só no papel.

Papel - meu eterno problema.. Seria ele a causa dos traços que meus olhos carregam? As letras que ele aguarda. Os números que guarda. As tantas palavras mal ditas que escaparam dessas idéias sem propósito e ali caíram sem brotar cem por um. Culpa do mau tempo?

Porque sempre nos disseram que pra plantar é preciso de lua boa, sol e chuva na hora certa e a melhor estação. E a gente vive mesmo à espera de uma estação onde possa esticar um bocado as canelas e zerar as gavetas. Mas o tempo não pára.

É isso. O suspeito maior de cada traço nos meus olhos é o tempo que insiste em não segurar seus segundos. Vem atropelando a vida e a gente como se tivesse pressa de chegar a lugar nenhum. O tempo, senhor das gavetas, dos papéis e plantações...

- Amor, fiquei velho e nem vi.

Ainda bem, ela disse, deve ser horrível ver ficar velho.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Cansaço ou Cagaço?

Um dia foi um cara no Faustão, fazendo embaixadinha, e disse que o Ronaldinho Gaúcho não fazia igual. Na verdade faz sim, mas malabarismo não tem nada a ver com futebol. Então não é surpresa seu cagaço. O outro que eu apostei. Disse que o Kaká seria capitão em 2010. Esqueci que era só mais um Bambi do São Paulo. Se for pra Copa da África é pra ficar zanzando de uma lado pro outro como o Raí em 94. Não entendeu o manifesto? Clique aqui.
quarta-feira, 16 de maio de 2007

A Novidade

Alô. Roberto? Que bom te achar em casa. Faz dias que eu estou tentando falar com você. Mas cadê crédito pra isso? Interurbano você sabe como é, né? Mas aí comprei esse celular novo que já vem com cinco real de crédito. Aí pensei: agora eu conto pro Beto a novidade! Por isso tô te ligando. Mas antes, anota aí o meu número novo: nove, nove, nove, nove, um, dois, três...

Tu, tu, tu...

9999.123 0?

Pronto. Carlos Otávio, por quê? Você quer falar com quem? Não conheço Mariinha nenhuma, não.

9999.123 1?

Sua chamada está sendo encaminhada pra a caixa de mensagens e será cobrada após o sinal...

9999.123 2?

Alô. Com quem você quer falar? Mariinha? A irmã da Cleusa? Não a irmã da Cleusa tem outro nome. Bete, ô Bete, qual é o nome mesmo da irmã da Cleusa? Não, a Lurdinha eu lembro o nome, aquela outra que...

9999.123 7?

W5XABCD Designs and Comunications, boa noit...

9999.123 3?

Turuli! Ligação gratuita. A Telemar informa: não é possível complet...

9999.123 4?

Turuli! Ligação gratuita. A Telemar inform...

9999.123 5?

Aloã... Quem? Uau, que voz grossa a sua! E ainda tem gente no mundo que chama Mariinha, meu querido? Se servir uma Marlene, sou toda ouvidos, meu anjo...

9999.123 6?

Cláudia, eu já te disse pra parar de me ligar! Ahn... Perdão... Pensei que fos... É, foi engano, sim...

9999.123 7?

W5XABCD Designs...

...

9999.123 8?

Alô. Beto?! Nossa, nem acredito que me achou! Não sei o que aconteceu com meus créditos. Pois é. Quantas vezes?E duas vezes pro 7?! Nossa. Brigada pela atenção... Se você começasse do nove eu ia ser a segunda tentativa, né? Ah, é mesmo: a novidade. Bem, euzinha, sua vizinha mais querida, vou voltar pra casa amanhã cedo! Nossa, Beto, que desdém... Pensei que ia ficar feliz em saber... credo...

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Valeu, Mengo!

Torcida do Flamengo dá show no Maracanã

A classificação não veio, mas a torcida do Flamengo mostrou mais uma vez porque é considerada a mais inflamada. Num mar vermelho e preto, os rubro-negros tomaram o Maracanã desde o início da noite e mesmo sem a classificação, fizeram do 09 de maio de 2007 um dia para a história do Clube de Regatas do Flamengo. Do apito inicial ao último ato da desastrosa artibragem de Hector Baldassi, a torcida do Mais querido do Brasil deu um show a parte.
No final da partida, mesmo sem a classificação, os rubro-negros deram ao Brasil uma lição do que amor ao clube. Sem vaias ou xingamentos os torcedores, mais uma vez, deram um show cantando o hino do clube e saudando a raça demonstrada por cada atleta dentro de campo. www.flamengorj.com.br
terça-feira, 8 de maio de 2007

Sobre culpas e traumas....

A gente não deve encontrar justificativas para nossos defeitos. Mesmo porque justificativas não servem pra nada. Bom mesmo é encontrar os culpados. Eu, de tanto procurar, acabei encontrando...

A professora substituta do pré-primário!

Aconteceu que eu tinha ganhado, no dia anterior, um lápis dos “Comandos em Ação” e, de repente, ele estava na carteira do colega do lado. Eu ainda tentei avisar que era meu e ele disse que não e ainda por cima tinha um cúmplice pra dizer que foi junto com a mãe dele comprar. Uma confusão danada. Bem no dia em que a professora titular tinha ficado doente. Rapaz, mas a substituta me xingou tanto... Não lembro de nenhuma palavra, nem sequer o nome dela, mas a cena dela gritando na minha frente jamais apagou da minha cabeça.

Desde então, todos os meus problemas, dos pequenos traumas psicológicos às grandes questões existenciais, têm ela como única culpada. Ora, aos seis anos de idade ainda é muito cedo para se aprender sobre injustiças e ironias.

Injustiça eu só deveria ter aprendido na feira de ciências da sexta série quando preparamos um vulcão que soltava lavas de sal de frutas Eno e anilina vermelha e mostramos a evolução do macaco virando gente com efeitos de uma lanterna dentro de uma caixa escura e quem ganhou o prêmio foi a filha do doutor que levou pelo terceiro ano consecutivo o vídeo emocionante de um parto ou qualquer coisa parecida.

E ironia é matéria que se aprende mais tarde ainda, na catequese, naquela parte que Jesus diz: “quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra.” Pelo menos é uma ironia construtiva. Não com aquela cara de superioridade da professora substituta pra cima de mim, meio que rindo por eu estar chorando. Inesquecível.

No dia seguinte, substituíram a substituta. Não sei se meu lápis teve alguma coisa a ver com isso, mas o fato é que nunca mais vi a tal. Então, professora substituta do pré-primário, de onde você estiver... vá pro quinto dos infernos!!!

Pronto. Falei.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Quantos volts são necessários para acender uma idéia?

Ainda não é Dia das Mães, mas vejamos estas famílias: A disciplina é a mãe do êxito. Ésquilo A necessidade que é a mãe da invenção. Platão A ociosidade é a mãe da filosofia. Thomas Hobbes
Parte 4
Como sabemos, as boas idéias podem vir de qualquer pessoa, independente do seu grau de esquisitice, instrução acadêmica ou modo de enxergar a vida. As boas idéias não têm preconceitos. São concebidas em quaisquer lugares e horários nas cabeças mais variadas deste mundo de nosso Deus. Isso é fato. Mas e o próximo passo? E pra colocar a idéia em prática? É preciso talento, estudo, livros de auto-ajuda? O mundo é cheio de picuinhas. Em qual série da escola, em qual matéria, deveriam ter nos ensinado a tal da iniciativa. Afinal, se idéias podem brotar de qualquer um, iniciativa é um dom de poucos... Peraí! Iniciativa é um dom? Quer dizer que se você não nasce com a coisa, morre sem a coisa? Então pra que serviriam as boas idéias das pessoas sem iniciativa?

(Pausa de dez minutinhos pra pensar no assunto e beber um copo d’água) Talvez seja isso. A mãe da iniciativa chama-se necessidade. É quando o bicho pega que a idéia guardada na gaveta há muito tempo é resgatada. No mais das vezes, sofre alguns cortes. Aquilo que parecia imprescindível, já fica com cara de bobagem. Aquela fundamentação teórica, baseada naquela história bacana que o Sócrates contou, já nem é levada em conta e, de repente, a gente vê a idéia vagando nas ruas. Mas alguma coisa me leva a crer que essa é a iniciativa daquele primeiro tipo de pessoa que acha que a vida é um ir que não chega. O segundo tipo, aquele que gosta de agendas, deve ter outra origem para suas iniciativas. Talvez um senso de obrigação - que não é necessariamente uma necessidade – que tem tudo a ver com planejamento, metas e outras etcéteras por aí. Nesse raciocício, para o terceiro tipo de pessoa, aquele de quem tem vocação pra ser feliz, e que ultimamente ando duvidando de que exista fora da CNTP, idéia e iniciativa são uma só ação, um só esforço e acontecem numa seqüência lógica. Nesse cenário, não existem gavetas. Nem agendas. Talvez uma tomadinha. Só pro caso de ter que colocar o celular pra carregar a bateria. Tem lógica?

Pureza

- Ô, Jusias, corta o meu cabelo!

- Esse moço aí tá na tua frente, dona Mercês.

- Moço, deixa eu ir primeiro... Aí, Josias, ele deixou. Sou eu a próxima. Me diz, Jusias, como eu faço pra sarar de... depressão?

- Esquece, Dona Mercês, pensa em coisa boa.

- Ahn... Esquecer? Se esquecer sara? Mas eu não consigo, Jusias. Tô morrendo de medo de morrer. Você tem medo de morrer, Jusias?

- De jeito nenhum.

- Mas você nunca fez coisa errada, Jusias?!

- Claro que fiz. A gente não pode é persistir no erro, Dona Mercês.

- Ahn... E Deus sabe tudo da vida da gente, Jusias?

- Tudo!

- Mas tudo mesmo?

- Claro.

- Sei... Ô, Jusias, faz dez anos que eu parei de fumar!

- Graças a Deus, Dona Mercês.

- Graças a Deus. Você sabe que o que acabou com o José foi o cigarro e a bebida, né, Jusias? O José bebia demais.

- Pois é.

- Por isso que ele me batia, né, Jusias? Era a bebida.

- A bebida, Dona Mercês.

(silêncio)

- Ô, Jusias, tô com um medão danado de morrer! Moço, você não tem medo de morrer, não, né? ... Aí, Jusias, o moço também não tem medo de morrer.

- Não precisa ter, Dona Mercês.

- É. Não precisa. A moça lá na igreja me disse que sem Jesus não tem jeito, Jusias!

- Não tem, Dona Mercês, não tem.

- A gente tem que ter Jesus no coração, né, Jusias?

- Claro.

- Mas me diz, Jusias: como eu faço pra sarar dessa depressão?

- Toma seu remedinho e esquece, Dona Mercês.

- Eu tomo remédio,mas não sou louca não, Jusias.

(silêncio)

- Jusias... Faz dez anos que eu parei de fumar!

- Graças a Deus, Dona Mercês.

- Graças a Deus, graças a Deus... Ô, moço, obrigada por ter me deixado passar na sua frente. Você não tá com pressa não, né? Acho que meu cabelo hoje vai demorar... Né, Jusias?

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Marcilio Garcia Brito 477
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Onofre de Oliveira Cunha II 473
Gifix Parafusos 471
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Pedro Vasconcelos Mendes 468
Reginaldo Mengali (Poços) 468
Douglas Robson de Miranda III 467
Albert (Líder Ferramentas) 465
Klinger Sebastião Geovanini Carvalho 465
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Mateus V. Nogueira Carvalho 462
Chacon & Cacá 456
Mirela Galvão (Locadora) 456
Celso Luiz Gaspar 455
Geraldo Magela Dias Teixeira 450
Helcio Marcos Lau Vasconcelos 450
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Marcela Reis Miranda Nogueira 450
Roberval Vitor Junqueira II 450
Tipo & Nando 450
Eduardo Antonio Costa (Poços) 449
Roberta Lins Fávaro 447
Bruno Vasconcellos 446
Daniel do Valle (Poços) 446
Mateus S. Alegro 446
Alan Vieira Molina 444
Felipe Pires Nogueira 444
Rubão Ladeira 444
Varlei Claudiano 443
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Neuzo V. de Jesus 441
Selma Dias L. da Silva (Poços) 441
Alexandre Azevedo Rodrigues 440
Rogéria Chagas Sério Viana 440
Giovanni Marinho Moterani 438
Caquinho Carlos Henrique de S. Vasconcelos 437
Thiago Canhoella (Poços) 435
Marcos Barbonaglia da Silva (Poços) 433
Luana M. Antunes 431
Marcos Francisco de Carvalho Junior 431
Julio Cesar (amigo do Cipó) 428
Douglas Robson de Miranda 427
Luiz Chacon 426
Sebastião Vazi Palmuti 426
Marilisa de Sordi Vigorito 423
Nando Vasconcellos II 423
Rafael Braga da Fonseca (Poços) 423
Sininho Rossini da Cruz dos Santos 423
Diego de Oliveira Hipólito 420
Roberto Luiz Neri (Poços) 420
Rafael Pereira da Silva 417
TiCaco Carlos Henrique 417
Sebastião Ribeiro Molina 416
Ana Lúcia Lourenço Baroni 414
José Crippa 414
Pérsio Romel M. Ferreira (Poços) 414
Rejane Pimentel Venga 413
Sandro T. da Silva 413
Suellen e Diego 413
Nando Vasconcellos III 411
Marcelo Godoy Shinkawa 408
Luiz Trombine 407
Salustiano 405
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Gilmar Baroni 402
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Fernando Cesar Albinati Silva 399
Joaquim Rodrigues Reis 399
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Maurício G. Nogueira 396
Molina Ribeiro 396
Ronaldo José da Silveira 396
Jorge Alberto Villamarim Gama 395
Luizinho MV Nogueira 395
Renato Alves Ribeiro (amigo do Cipó) 392
Luciene Souza Vasconcelos 390
Angelita C. Gregório Hipólito 387
Maria Angélica Olivar (Poços) 387
Neilo Vitor Ramos (3 Pontas) 387
Douglas Robson de Miranda II 385
Ernesto Vazi Palmuti 384
Fernanda Mendes Junqueira 384
Suéllen de Souza Palmuti 381
Lupércio Marques 380
Matheus Martins Venga 378
Daniel Ribeiro (Poços) 375
Edgar Mollo Filho (Poços) 375
Luiz Dragão 374
Heitor Arantes Faria 372
Eric de Oliveira Brito 371
Jean Carlo Coimbra 360
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Luiz Antonio de Lima (Poços) 353
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Atualizado 13/07 19h16
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