sexta-feira, 29 de junho de 2007

Por onde anda o Atchim Nº 3?

Maio já está vencido faz tempo e a gente ainda não tem notícias da 3ª edição impressa do Atchim. Será falta de notícias? Falta de tempo, dinheiro, criatividade? Ou acabou de vez? Foi-se sem grandes despedidas antes de ser o que deveria. Não pode. Pode? Porque não deu nem tempo para sentir saudade. Porque a gente só sente saudade do que chegou a conhecer. E quem conhece qualquer coisa nesse mundo grande? A vida é bem cheia de imprevisões mesmo. Você bem sabe. Aguardemos ansiosos.

O Céu... Pode Esperar.

O José Afonso era uma homem bom. Tão bom que até incomodava de vez em quando. As pessoas ficam meio desconfortáveis perto de quem faz as coisas muito certas. E o José Afonso era do tipo que dobra o pijama quando acorda. E guarda. Mesmo depois de quarenta e cinco anos de casados, a Dona Quitinha ainda não tinha se acostumado com isso.

Certa vez, quase chegaram a discutir por causa dele nunca ter se atrasado um diazinho sequer depois do serviço. Não discutiram porque o José Afonso não é do tipo que discute com a mulher.

A única coisa que tirava o homem do sério era o truco. Aí ninguém podia com ele. Tinha carta na manga até quando jogava sem camisa e blefava melhor que pão-duro pedindo orçamento. Não havia quem ganhasse do José Afonso no truco. Não importava o adversário nem o parceiro. Ele sempre ganhava.

O José Afonso pedia nota fiscal em padaria pra não dever nada nem pro governo, mas era o maior ladrão da cidade quando o negócio era baralho. Jamais apostou um centavo. Gostava era do prazer de ganhar.

Mas, como acontece com todo mundo que vive nesse mundo de nosso Deus, um dia o José Afonso bateu a botas. Dormiu e quando acordou já estava lá em cima, esperando na fila do São Pedro. Entrou sem nenhuma restrição. Era cedo ainda, e pôde tomar café com uns amigos velhos e pôr os assuntos em dia.

Passou o dia sendo apresentado aos chefes de departamento e conhecendo as regras da casa. Coisas como dormir cedo e não interferir nos assuntos lá de baixo, ainda que o Flamengo passeie pela zona de rebaixamento. Depois do almoço, já tinha escolhido qual era a melhor sombra pra esperar a Dona Quitinha chegar.

Lá pelas seis, quando o movimento na portaria ficou mais tranqüilo, o São Pedro veio puxar prosa e convidou o José Afonso pra uma partidinha de truco. Nem acreditou. E Pode? Ele estava mesmo no céu!

O São Pedro deixou ele dar as cartas. O José Afonso embaralhou pensativo e foi pro jogo. Não ganhou uma. Cadê coragem pro blefe ou uma cartinha na manga? Mas o São Pedro adorou a companhia e deixou reservadas as suas seis horas da tarde para o truco com o José Afonso por toooda a eternidade.

Mudanças Climáticas

Eu estava indo almoçar, descendo morros de bicicleta, e carregava quinhentos cartões em uma sacola bem fininha. E foi numa rua não muito movimentada que a danada arrebentou e espalhou cartões para todo lado. Parei a bicicleta no passeio. Talvez tenha dito um palavrão não muito externado. Voltei, agachei no meio da rua e fui pegando, um a um, cada um deles. Nem pensar em deixar tudo lá. Quer dizer, pensar eu pensei, mas sem chance.

Veio o primeiro carro e desviou bem devagar. Uai, vai parar? Deu uma olhadinha e foi embora. Depois uma moto desviou de mim, espalhou os papéis no chão mais um pouco com seu vento e também se foi. Sem olhadinha, eu acho. Da casa do lado saiu um rapaz, olhou e de repente já estava longe. Por um instante ninguém mais.

Aí vieram três carros de uma só vez e decidi contar quantos passariam. Os dois primeiros desviaram, espalharam um pouco mais o cartões e seguiram. O terceiro eu demorei a perceber que estava lá, no meio da rua, esperando eu dar licença para ele passar. Continuei catando. Ia deixar ele sujar tudo? A contragosto, cansado de esperar, ele desviou, espalhou mais um pouquinho os cartões com seu vento e foi embora.

Então vieram três meninas, indo para escola. Uma delas abaixou e pegou um cartão no chão. Quando vi que não era ajuda, só curiosidade mesmo, pedi que me ajudasse. Disse que não podia, pois tinha que chegar na escola à uma hora. A escola ficava a dois quarteirões e era meio dia e quinze. Por que não disse simplesmente não? Ou nada, como as outras duas que ficaram só olhando?

Passaram mais duas motos, uma bem em cima de tudo quando eu fui pegar alguns mais perto do passeio e espalhou longe os cartões que faltavam. Mas eu já estava quase terminando. Mais dois carros e uma moto e acho que não esqueci nenhum cartão para trás.

Voltei pra bicicleta e segui meio desajeitado umas quatro casas porque não tinha como carregar sem sacola. Já pensou cair tudo de novo? Tinha uma moça no passeio e perguntei se ela tinha sacola. Tenho, sim, disse ela ao se levantar e estranhei quando ouvi: “Você deixou cair todos os papeizinho na rua, né?”. Ela ficou lá sentada assistindo a cena?!

Voltou com duas sacolinhas(!), sentou de novo e, enquanto eu dava a primeira pedalada, me informou: “Caiu outro aí, ó!”. Eu parei e voltei pra pegar.

Seis carros. Três motos. Cinco pedestres. Duas sacolinhas inteiras e uma arrebentada. Quinhentos cartões. O vento produzido pelo vácuo. Eu e a bicicleta.

E a televisão pensando que o fim do mundo vem de mudanças climáticas.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Da série "existe argumento pra tudo": sobre o 4x0 do figueirense

Veja bem, o Noronha disse que o Fla estava apático (aprendeu com o Paulo César Vasconcelos, que diga-se, não é parente) e desorganizado e não entrou em campo. O Figueirense estava organizado, motivado e tal e mereceu a vitória. ok. O Marsiglia disse que o árbitro teve três erros grosseiros: Uma falta pro Figueirense que não existiu e acabou virando gol, o pênalti do Figueirense não existiu e ele deixou de marcar um pênalti claro pro Flamengo. Resumindo: o jogo bem podia ter sido 2x1 pro Figueira. Três pontos pra eles do mesmo jeito. Mas daí vem o consolo: Então o Fla, "sem entrar em campo", perde só de 2x1 pra um time muitíssimo arrumado e motivado. Há esperança.
terça-feira, 5 de junho de 2007

Série Grandes Encontros - Na Praça

Depois que se separou da Dúvida Cruel, o Certeza Absoluta havia se tornado um grande cabeça dura. Tinha sempre uma resposta pronta pra tudo. Do tempero do churrasco à origem do universo, ele mantinha sempre convictas as suas teorias. Era praticamente impossível um diálogo com ele. Até que numa terça-feira lhe apertaram a campainha. Normalmente, quando isso acontecia, ou era o vendedor de enciclopédias – que nunca teve a mínima chance contra ele, ou as crianças da vizinhança com seus trabalhos escolares. A fama do Certeza Absoluta havia se espalhado por todo o bairro.

Mas, naquela terça-feira, foi diferente. Com um sorriso no rosto e uma trança deitada no ombro, a Idéia Nova, desavisada que só ela, bateu na porta do Certeza. E não se via aquele brilho nos olhos dele desde quando ele conheceu sua primeira Dúvida. Depois disso, a única surpresa que ele havia tido tinha sido a invenção do barbeador de três lâminas. O que não pesava em nada em seu currículo, diga-se de passagem. Mas, pro Grande Amigo do Peito não havia dúvida: a tal da Idéia Nova vinha pra mexer com a vida do cara.

Dizem, e eu não sei se são as Boas ou as Más Línguas, que ele até tinha pensado em mudar de nome. Mas, por fim, nem deu bola às sugestões do Detalhes Desimportantes e mudou mesmo foi a sua maneira de pensar. O Certeza Absoluta, então, se casou com a Idéia Nova e o povo todo já está especulando sobre o que será que vai nascer disso. Antes de viajar pras núpcias, porém, ele disse rápido para os repórteres que não tinha a mínima idéia. É, o mundo, talvez, não esteja assim tão de cabeça pra baixo...

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Gavetas

Sempre chega o dia em que a gente paga o preço de uma gaveta desarrumada. E nunca é barato. Vem com juros e taxas sem explicações. Fora o estresse de não se encontrar o que procura. Quanto custa um estresse? As gavetas parecem inofensivas, ficam lá paradinhas, cheias de segredos e a gente nem percebe do que são capazes. Mais falsas do que nota de três reais, servem pra esconder as bagunças e desorganizações, fingindo um ar sisudo num ambiente às avessas.

Uma verdadeira guerra fria é o que acontece nas mais diversas gavetas, sejam de roupas, papéis, de casa ou escritório, onde mora aquela tralha toda que a gente nunca sabe de onde veio. E não joga fora porque não se joga fora o que não se conhece. E quem conhece verdadeiramente o interior de uma gaveta? A vida é cheia de lições.

De repente você lembra que anotou aquele telefone naquele pedacinho de papel que se não lhe falha a memória “guardou” na gaveta da estante da sala... ou da cômoda? Do guarda-roupa, quase certeza? Mas não existem certezas quando lidamos com gavetas fechadas. Dizem até que são interligadas de alguma forma misteriosa e brincam com a nossa cara, escondendo as coisas. Eu só acredito vendo, mas ainda não encontrei uma gaveta que me caiba pra tirar a prova.

O fato é que o mundo seria um lugar mais fácil de se viver sem gavetas. Afinal, quanto tempo dura a arrumação de uma gaveta? Um dia ou meia hora dependendo da rotatividade. Teríamos de passar o dia inteiro arrumando as gavetas. Comendo e indo ao banheiro a pequenos intervalos. Talvez até com a porta aberta pra manter a atenção. Mas quem vai pagar a gente por manter as nossas próprias gavetas arrumadas? Com carteira e fundo de garantia e tudo mais? Nem todo trabalho merece sua recompensa, então?

A modernidade é mesmo cheia de males sem soluções ou estudos específicos. E nem me venha com essa história de “cinco ésses” que te finco o pé na beiça.

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Ranking do Bolão

Fabrício José Francisco 576
Fernando Luiz de Souza 576
Rodolfo Ramos 573
Lucas Resende de Melo 561
Fábio Eduardo Dalia Barros 557
Gustavo & Nando 555
Leonardo Tomaz Cândido 554
Fernando de Oliveira Rodrigues 551
Fernanda Mendes Junqueira II 549
Roberval Vitor Junqueira I 549
Nando Vasconcellos I 542
Aloisio Tadeu Pereira 534
Fabrício José Francisco II 532
Ronan Costa Pereira (Poços) 528
Daniel Fonseca de Mello 527
Edmundo A. Coutinho (Poços) 526
Thiago Lamego Cardoso (Poços) 521
Luiz Antonio Nogueira 519
Milton Augusto Rosot (Poços) 517
Fábio Henrique Reis 516
Cipó Valter da Cruz 514
José Crippa II 512
Ademir Rodrigues Fonseca (Poços) 510
Edson Jacinto Junior 507
Marcos Alexandre P. Barbonaglia (Poços) 507
Rodrigo Finati Reis 504
Jurandir M. Oliveira 503
Maristela Miranda Mesquita 503
Pedro Nogueira de Resende 502
Elisangela Maimoni (Poços) 501
Gabriel Braz V. Nogueira 501
Rodrigo A. Ferreira Pinto (Locadora) 501
Rodrigo Finati Reis II 501
Luiz Antonio Marquini 498
Geraldo Celio Menezes Cabral 494
João Bosco Cintra 492
Adelino Marques de Oliveira 491
Gabriel Resende 489
Eduardo G. Brito 486
Rafael Pires Nogueira 486
Renan H. Daré (Poços) 486
Ana Paula (Líder Ferramentas) 485
Cacá (Gráfica Opção) 485
Fábio Freitas da Costa (Poços) 485
Roberval Vitor Junqueira III 485
Luiz Trombine & Agenor 482
Mariano G. Nogueira 480
Grenio Raimundo Geovanini Carvalho 477
Marcilio Garcia Brito 477
Onofre de Oliveira Cunha 477
José Maria Marcacini (Poços) 475
Manon Judith Vasconcellos 474
Onofre de Oliveira Cunha II 473
Gifix Parafusos 471
Roberval Vitor Junqueira IV 470
Pedro Vasconcelos Mendes 468
Reginaldo Mengali (Poços) 468
Douglas Robson de Miranda III 467
Albert (Líder Ferramentas) 465
Klinger Sebastião Geovanini Carvalho 465
Fernando Júnior de Oliveira 462
Mateus V. Nogueira Carvalho 462
Chacon & Cacá 456
Mirela Galvão (Locadora) 456
Celso Luiz Gaspar 455
Geraldo Magela Dias Teixeira 450
Helcio Marcos Lau Vasconcelos 450
Larinha Vasconcellos 450
Marcela Reis Miranda Nogueira 450
Roberval Vitor Junqueira II 450
Tipo & Nando 450
Eduardo Antonio Costa (Poços) 449
Roberta Lins Fávaro 447
Bruno Vasconcellos 446
Daniel do Valle (Poços) 446
Mateus S. Alegro 446
Alan Vieira Molina 444
Felipe Pires Nogueira 444
Rubão Ladeira 444
Varlei Claudiano 443
José Borges da Silva 441
Neuzo V. de Jesus 441
Selma Dias L. da Silva (Poços) 441
Alexandre Azevedo Rodrigues 440
Rogéria Chagas Sério Viana 440
Giovanni Marinho Moterani 438
Caquinho Carlos Henrique de S. Vasconcelos 437
Thiago Canhoella (Poços) 435
Marcos Barbonaglia da Silva (Poços) 433
Luana M. Antunes 431
Marcos Francisco de Carvalho Junior 431
Julio Cesar (amigo do Cipó) 428
Douglas Robson de Miranda 427
Luiz Chacon 426
Sebastião Vazi Palmuti 426
Marilisa de Sordi Vigorito 423
Nando Vasconcellos II 423
Rafael Braga da Fonseca (Poços) 423
Sininho Rossini da Cruz dos Santos 423
Diego de Oliveira Hipólito 420
Roberto Luiz Neri (Poços) 420
Rafael Pereira da Silva 417
TiCaco Carlos Henrique 417
Sebastião Ribeiro Molina 416
Ana Lúcia Lourenço Baroni 414
José Crippa 414
Pérsio Romel M. Ferreira (Poços) 414
Rejane Pimentel Venga 413
Sandro T. da Silva 413
Suellen e Diego 413
Nando Vasconcellos III 411
Marcelo Godoy Shinkawa 408
Luiz Trombine 407
Salustiano 405
Eduardo Gustafson de Salles Fonseca (Poços) 402
Gilmar Baroni 402
Carlos Silva 399
Fernando Cesar Albinati Silva 399
Joaquim Rodrigues Reis 399
Edir Simões Junior (Poços) 396
Maurício G. Nogueira 396
Molina Ribeiro 396
Ronaldo José da Silveira 396
Jorge Alberto Villamarim Gama 395
Luizinho MV Nogueira 395
Renato Alves Ribeiro (amigo do Cipó) 392
Luciene Souza Vasconcelos 390
Angelita C. Gregório Hipólito 387
Maria Angélica Olivar (Poços) 387
Neilo Vitor Ramos (3 Pontas) 387
Douglas Robson de Miranda II 385
Ernesto Vazi Palmuti 384
Fernanda Mendes Junqueira 384
Suéllen de Souza Palmuti 381
Lupércio Marques 380
Matheus Martins Venga 378
Daniel Ribeiro (Poços) 375
Edgar Mollo Filho (Poços) 375
Luiz Dragão 374
Heitor Arantes Faria 372
Eric de Oliveira Brito 371
Jean Carlo Coimbra 360
Alexandre Azalini Bernardes 357
Luiz Antonio de Lima (Poços) 353
Corvo Edgar 348
Henrique Tipo Faria 342
Afonso Henrique Martins Silva 333
Luzia A. Valim Reis 324
Gustavo (Gráfica Opção) 318
Helder Augusto Ramos (Poços) 288

Atualizado 13/07 19h16
Atchim é uma revista de atualidades e relíquias, de cultura, esportes e entretenimento.



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