Só entende quem tem paixão
Em um dos últimos finais de semana, participei de um encontro com família e amigos em um sítio (por sinal ótimo programa). Quando já a altas horas, depois de vários goles de cerveja e uns golinhos da destilada, um dos participantes, no meio de uma conversa ocasional, disse aos presentes em alto e bom tom que havia ficado impressionado quando, no final de 2005, na última rodada do Campeonato Brasileiro da Série A daquele ano, um Mineirão carregado com 65.000 atleticanos aplaudiu de pé a queda do Galo para a Série B. Como atleticano de coração que sou, ouvi de pronto a conversa e indaguei se ele era atleticano também. Para minha surpresa, ouvi que tal pessoa sequer se interessava por futebol, sendo que tal comentário de sua parte havia surgido pelo fato dele não concordar com o conformismo daquelas pessoas com a queda do time, atribuindo tal fato ao espírito de “perdedor” e “conformado” do brasileiro. Disse ele que jamais concordaria em aplaudir a “derrota”.
Claro que, depois de ouvir tais comentários, tentei dizer a ele que seu ponto de vista estava equivocado, pois os 65.000 atleticanos que estavam no Mineirão jamais aplaudiram a queda do time para a Série B, mas sim, a garra demonstrada pela garotada, vinda toda da base, 11 titulares com menos de 20 anos, que assumiram o time nas últimas cinco rodadas e ganharam quatro, empatando a última, que infelizmente culminou com a queda do Galo. Disse a ele que o que a torcida fez foi aplaudir a vontade de superação da garotada, o amor pela instituição Atlético Mineiro, já que aqueles onze jovens jogadores, meninos ainda, choraram dentro de campo, o que emocionou a torcida presente ao Estádio.
Para minha surpresa, um flamenguista presente no local, intercedeu a meu favor e, pela primeira vez na vida, me vi defendendo uma mesma tese com um arqui-rival (jamais arquiinimigo). Ao final, o que ficou claro para mim e para o flamenguista, é que dita pessoa, por não conhecer ou não gostar de futebol, não sabe da paixão do brasileiro, do companheirismo do brasileiro, da fé do brasileiro e da esperança do brasileiro em dias melhores. Aos atleticanos, tais dias melhores de fato vieram, pois a mesma garotada que chorou com a queda do time, foi a que o trouxe de volta, já no ano seguinte, à elite do futebol brasileiro.
Em resumo, eu gostaria se saber: Como não aplaudir uma situação como essa? São coisas que quem não tem paixão jamais vai entender. É por isso que nós, atleticanos, flamenguistas, cruzeirenses, vascaínos, corintianos e outros tantos mais, rimos, choramos, brigamos (sem violência), perdemos o sono, ficamos ansiosos, vibramos. Afinal, brasileiro que é brasileiro, é emotivo, e como tal, adora futebol.
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Belo texto...
ResponderExcluirmas vc podia colocar os nomes, ñ seria processado por isso.